lembro quando passeei por você
e vi cada rua esburacada sua
prédios abandonados, vandalizados
árvores sem frutos, folhas secas
ar poluído, céu acinzentado
sem estrelas à noite, vazio
buzinas preenchendo meus ouvidos
com sua música que ecoa na cidade que não dorme
poemas espalhados em postes
papel de parede descascado
nu tal qual seu corpo
agitado como as noites da Paulista
com suas luzes que madrugam, ousando iluminar a si mesmas
uma obra sem fim
metrô lotado em horário de pico
quantas pessoas passaram pela sua estrada?
não me importo,
nessa selvagem cidade
vi a beleza mais pura em você