desramo

CONTO
POR

Bruna Silva

De friezas e extravio de certezas meu caminho se traçou: cadeado nos desejos, âncora de conformismo no contento.

Mas ele chegou.

Chegou e se fez presença, sentido. Peito aberto sem medo de me trazer pra perto, contemplação genuína.
Ele chegou e trouxe consigo o que já havia escapado. [Agora domesticado e dócil na coleira, estico minhas mãos em busca de | um carinho].

Ele prossegue e alavanca minha potência em estimar o amor… E eu aceito: amo-o.

Amo-o nas longas horas que não se esgotam;
No dia a dia [em como ele arruma a minha bagunça e dirige com mais cuidado];
Na empolgação meninil.
No gozo;
Nas risadas de doer a barriga;
No bolar um tabaco perfeito.
No segurar minha mão em um momento desconfortável
E me amar em totalidade.

Cútis. Derme. Epiderme.
E o mais puro do meu coração.