Rest in Power O’Shea Sibley

POEMA
POR

Lilian Barros

Tanque na reserva,
stop no posto com os amigos,
nenhum com arma, álcool, pó ou erva.

O grupo dos novos galãs de novela
lançam play em Renaissance e
performam voguing da gay de favela.

Cinco, seis, sete, oito,
a homofobia e o racismo estrutural a facadas
acabou com a vida de quem só pedia biscoito.

Passos e controle de braços no céu,
confinaram seu gingado,
mas aqui ninguém vira réu.

Cifrões crescem sem intervalo
todas as vezes que gritam Bey
e escutam break my soul no talo.

Celebridade tem visibilidade para lutar,
mas punho cerrado é só emblema,
o show tem que continuar.

No auge da sua turnê,
para não passar em branco a morte do preto,
a homenagem foi o título que no topo você lê.