Identidade

POEMA
POR

Otávio de Sousa

Eu não sou
Uma pessoa
Talvez eu seja
Uma lagoa
E alguém
Se afoga em mim
Talvez eu seja espaço
Aberto
Ao contrário
Jogado
Ao acaso
Do montante
Logrado
Fazendo-me assim
Eu claramente
Não sou
Uma pessoa
Estou mais para
Um pássaro
Voando com asco
Do meu ser
Enfim
Eu sou uma Pepsi cola
Gelada
Enquanto se chora
No verão
Quente
Estação
Talvez eu seja
Um verme
Nos intestinos
Dos cernes
Celestiais
De jasmim
Talvez eu seja
Gota do Brahma
Um giro
Em volta
De mim
Quem te
Disse
O que eras
E por que
Foste seu pai ?
Quem lhe deu
Um caminho
Uma fala
Nesse teatro
Que gira
Anti
Horário
Sobre meu rim
Um labirinto
Sem entrada
Um versículo
Da chama
Sagrada
Do amor
Prostituto
De minh ’alma
Brande
A espada
Da justiça
Do Dharma
E me entrega
Festim
Brio
Não se compra
E identidade
Não se pega
Se paga
Eu perdi a minha
Em alguma estrada
Entre aqui
E meu jeans