revolve

POEMA
POR

Cibele M Brotto

Tem um nó na garganta segurando
Um grito contido.
Nunca declamado.
À espreita de um soluço descuidado
Crescendo sem denúncia
No traço, do s, da língua.
No céu da boca.

E uma imagem cheia de sentidos
Deslizando pela tela,
Por entre os dedos,
Contornando o traço, do s, do seu cabelo.
Do jeito que eu acho bonito.
Meio que arrepia
Quando eu bato o olho e
O desespero da falta vem.

Então, se pudesse, eu
Cuidaria desse seu trauma que guarda
A ferida de uma bala no peito,
Tomando cuidado pra não te afastar de dor,
De medo,
Com o arrepio que dá
Quando você bate o olho e
O desespero da falta vem.

No buraco da bala no peito.
Ou no céu da boca.