Se me canso, pingo

POEMA
POR

Guilherme Faber

Se me canso, pingo
  escorrendo pelos arredores frios.
      Se me escorro, canso.
E logo recolho-me às cobranças, buscando incessantemente o eu dentro de mim.
“É hora de retomar o controle”
 Traço, com esperanças desesperadas, o pontilhado da vida.
  Tentando
      me escorro como em copo furado,
              pressentindo cada remorso,
                  revivendo cada culpa e, ainda assim,
já esparramado, como toda propriedade física da liquidez de minhas entranhas, ocupo o mundo, mas deixo-me
   vazio.