9.06

POR

Gabriella Menezes Soares

Quase 4 da manhã – casa do ****** e da *****

Primeiramente gostaria de ressaltar que está sendo um prazer escrever isso deitada num quarto vendo gatos comerem.
————-> essa caneta é muito boa!
Pontuados estes aspectos, irei à motivação da escrita:
A falta de finitude do processo de amadurecimento.
Recentemente houveram situações que me causaram mudanças, na verdade não posso usar do pretérito pois ainda estão ocorrendo e permanecerão assim após essa escrita.
(Isso é um pequeno recorte do tempo espaço)
O amadurecimento não é um processo que se pode encerrar.
Sou naturalmente egoísta, tanto que essa conexão não faz sentido a qualquer outra pessoa sem a devida explicação.
Não posso considerar um encerramento do amadurecer pois automaticamente isso me torna estática e inalterável.
Morta.
Eu persegui a morte como uma explicação, se a finitude é plena posso então relaxar pois a partir daí tudo se torna previsível.
Não foram apenas 40mg de fluoxetina que me fizeram perceber que não estava dando realmente certo.
Apenas o ato físico de morrer é finito e nem mesmo assim pode-se dizer que há alguma inalteração da percepção do indivíduo morto, pq o espectador está sempre em alteração por consequência de encontros.
Não há delimitação do pensamento, dito isso posso entender pq normalmente me é muito mais cômodo pensar que escrever. Colocar em palavras limitaria meu pensamento e consequentemente me tiraria o direito de mudar.
Nesse momento é isso,
  amanhã vai ser?
  tem que ser?
A alteração é inconstância e por assim o ser também se tornaria inconfiável.
Quem quer ser uma pessoa que não se pode confiar?
 mas de fato é isso?
Nunca quis aprender uma série de coisas, principalmente a lidar com o meu egoísmo (não estou fazendo juízo de valor).
Sempre me considerei uma série de coisas e todas as vezes que me deparei com o fato dessas “percepções” não fazerem mais sentido a realidade vigente, eu suprimi a mudança por meio do que isso me tornaria.
É como ler o mesmo capítulo sempre pq não se pode lidar com a imprevisibilidade.
Novamente: falta de controle.

Quero me confortar com o não saber.
Escolher fazer algo é automaticamente tomar uma decisão, mas seria o fim?
De fato as consequências vem…mas o depois também.
Me “anular” de dizer/interagir/pensar/fazer/escrever algo não me torna nada além de covarde.
Pensar que minhas atitudes não vão gerar qualquer tipo de consequência é infantil.

Ação e Reação - ?
                                   algo que vc vai conseguir lidar

Não errar é não aprender
Não aprender é não errar.
Não mudar é não se permitir crescer (e lidar com isso)
Assuma as consequências das suas ações sabendo que as possibilidades são infinitas.
Estático ou Movimento?
Não quero dizer que sei o que vai acontecer.
Poderia dizer que vou sobreviver…mas se eu morrer?
Isso importa?
O cumprimento da morte vai lhe alcançar
mas e depois?
Eu não quero saber.
Hoje estou
                       não sou
                                         eu não posso ser.

Para os covardes!