Devir

POR

Lauro Aryel Magalhães

Da terra, plange a natureza.
O mundo geme em dor de parto.

Oh, vê do sereno a leveza!
E o vento leva-o em assalto,
Enovelando-o na clareza
Derramada de um poste alto.

Da luz cerrada num caixão
Que é feito o natal d’alvorada.
Deus gritou, e rompeu-se o chão.
Era tarde de madrugada…

    É dia! Eternamente é dia!
    Não mais se há de ouvir lamentos!

Pobres… já oiço a elegia

    – meu esquife é a vastidão! -
Daqueles que anseiam o Dia
Em que todas noites serão.