Morro de medo de sentir medo
Morro de medo da vida, do futuro, do que me espera
E
Enquanto sinto medo, continuo vivendo
Porque o medo anda comigo
Por isso que nunca estou só
O medo é a minha sombra
Sempre está na minha frente, atrás ou ao meu lado
Esperando que um dia a gente perceba que sentir medo não é uma escolha, é algo que nasce com a gente
E que vai caminhando ao nosso lado sem que a gente perceba
Sussurrando no nosso ouvido os nossos maiores medos
Até que, um dia, ficamos aprisionadas, mais do que já somos
Pelo nosso próprio medo
Que está ao nosso lado, de forma tão sublime, delicada
A ponto de só percebermos que paralisamos por conta dele
E, então, nos damos conta de que todo dia ele murmurava algo em nosso ouvido
O medo nunca esteve distante da gente
A felicidade, sim.
O medo sempre andou colado em nós.