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POEMA
POR

Anônimo

Você tinha apenas doze,
Quando te tiraram o sabor da infância,
E quando fez catorze,
Seu marido tirou à força sua esperança
E com brutalidade,
Te fez deixar de ser criança.
Ele não era muito homem de respeitar as leis,
Gastava o dinheiro em todas de bar,
Era dela que vinha o sustento família,
Mas nem isso era suficiente,
Suficiente pra ela se revoltar…
“E é melhor nem ousar reclamar”,
Era isso que a patroa dizia,
Você nada respondia,
Porque é ela que alimenta suas filhas.
Quando a noite chega,
Seu marido está em casa,
Ele espera que você o aceite de peito aberto,
Você tem medo,
Não quer que ele chegue perto,
Você rapidamente se afasta,
Ele não diz, uma palavra,
E você sabe que é melhor ficar calada.
Eu nunca vi seus cabelos ficarem brancos,
Você não morreu naturalmente,
Eles te assassinaram bem antes de eu te conhecer,
Ninguém viu as coisas que você fez para sobreviver,
As decisões tomadas por obrigação,
Me perdoa por não ter conseguido ver,
Que você já tinha se perdido.
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Bem antes de eu te perder.