Brasa

POEMA
POR

Cibele M Brotto

Cê encosta seu lábio no meu e percebo
Um tipo de febre
Impossível de escapar
Desprevenida
Estou com voce, na cama
E o cheiro misto do suor e do gozo.
Por cima, por baixo,
Nessa espiral de continuidade nossa
Deslizando nos lençóis bagunçados, molhados
Inundados pelo amor flamejante, derretendo
As fronteiras do ego.
Nossos corpos falando o êxtase
Inflamado dos sexos se tocando, beijando,
Alucinando como onda que mergulhamos,
Submersos no prazer do momento infinito de nós,
Repetindo na transa.
Desabrochamos do profundo
Em concílio com o raso
Posso flutuar nesse prazer
De ter você tão vulnerável,
Indefeso,
Em comunhão com o mar de nós.