Olá, como vai você?
Tenho me perguntado sobre o seu desfecho.
Nos últimos dias você tem me perseguido por todos os lados,
E mesmo evitando, te encontro
Te encontro em todos os cantos que frequentávamos
Em nossos lugares preferidos e em dias nublados
Te vejo no final de tarde quando o dia anuncia seu abandono
No gosto do álcool e quando Equalizo nossa rádio
Eu te percebo no começo de agosto e no cheiro do inverno
Naquela mesa que hoje se encontra vazia
E em todos os lugares que você ocuparia
Mas, te recupero em todas as suas coisas favoritas
De fato, você tem que estado por todos os lados
Eu te acho e não te sinto
Você está aqui e ali
E ao mesmo tempo em lugar nenhum
Está nesta fotografia que ficou
E nos momentos que nunca voltarão
Embora eu tenha procurado maneiras para te eternizar
Também quero te deixar ir
Mas quando eu vejo o tempo correr sem olhar para trás
Sinto que essa busca é ordinária
Pois, eu vejo os botões florescendo, os dias nascendo e pessoas sorrindo
Como se tudo fosse tão banal
Como se tivéssemos caído no esquecimento eterno
Sua ausência no presente e sua presença no passado
Estão refletidos em todos os meus passos, hoje solitários
Eles trazem à tona você e a nossa lembrança
O futuro que me convidou, não é capaz de te chamar
Apesar disso, ainda desejo saber como você estaria
Escrevo porque há muitas perguntas que não querem calar
E minhas cartas já não conseguem te alcançar
Porém, espero em profundo desconsolo que esteja bem
Onde quer que esteja
Esteja finalmente bem
Em memória de Murilo Werneck.